sexta-feira, 27 de maio de 2011
CONSTRUÇÃO DO DESAMOR
Sinceramente hoje em dia as pessoas não sabem viver uma paixão, presas que estão na visão mecanicista do mundo e sua estrutura matemática, presas em pré- conceitos e fórmulas ficam atônitas perdidas quando defrontadas e desafiadas, e enredadas em leis artigos e alíneas, não percebem quando o amor traça caminhos que são na realidade uma tentativa de se fazer entender. O amor tem mil caminhos, pode ficar presos ao senso comum, pode acordar viver e dormir, dia após dia, navegar na zona de conformo trivial, mas também pode subverter a ordem das coisas, pode roubar a flecha do cupido e fazê-la um instrumento de guerra. Digo guerra, no sentido revolucionário de realmente mudar conceitos e criar realidades, porque uma vez verdadeiro, não se contenta com palavras, mas sim condutas. Mas tem um, porém: as particularidades de cada um... O modo de ver o mundo e as coisas que o rodeiam, a percepção que tem do objeto amado.
Mas quando as concepções e pré-conceitos arraigados se sobrepõem é difícil entender mesmo, quanta má vontade poderia ser poupada, e quanto orgulho poderia ser varrido se ao menos desse a chance de entender que o amor é um sentimento que poetas, filósofos e catedráticos tentam explicar a séculos e até hoje ele resurge de mil formas, transportado pelas personalidades que compõe sua gênese. Poderia agora falar de diversas configurações de amor, já vivi várias, paixões misturadas, paixões repentinas, paixões cegas, violentas e românticas, todas com suas histórias, pensei já haver vivido todas... Mas a que por último vivi, e digo não sei se ainda vivo, é uma paixão de confronto intermitente, de buscas de coisas ocultas e descobertas desconfortantes, é quase uma guerra, mas o que pode alimentar ainda o sentimento? Algo que não podemos explicar apesar de tudo desmoronar ao nosso redor existe alguma coisa que não quer morrer apesar de insistirmos em matá-la.