terça-feira, 3 de maio de 2011

Tenho a dizer

A noite molha de orvalho os seus cabelos pretos, as lagrimas molham meu rosto..
Ao som de mil tambores vagueia sorridente..
As lembranças foram para o ralo, prazeres momentaneos matam a sede.
Mergulhado no silêncio da noite fria, que se contrapõe ao som das horas que o relógio dicifra, alguns carros passam na rua deserta, levando consigo folhas mortas que caem carregadas de sereno.
Entre as paredes do quarto vejo sua ausência a sorrir nas luzes coloridas que seduzem tua juventude.
O sono distante já não é companheiro dessa madrugada, somente lembranças das tuas palavras vazias, que agora percebo não tinham raizes e foram levadas pela brisa ...
Busquei no teu corpo algo que não havia e nesta busca encontrei eu mesmo, perdido nos meus desejos, que após o orgasmo se extinguiam.
Buscaste consolo do não amor, nos braços envolventes da ilusão.
Deixastes o porto seguro do desejo de um naufrago a procura de uma ilha...
Imprimes a cada momento tua marca racional para evitar o apego e sem rodeios se desvencilia do amor.
Essa sede que agora tem, e que sacias em lagos salgados, será a sede que nunca passará enquanto não te deres conta que rios turbulentos, movem moinhos que trituram sentimentos, até que deles se retirem o melhor para consolidar um verdadeiro amor.