sexta-feira, 10 de junho de 2011

CINZAS QUE NUNCA CAEM

No fluxo das lagrimas que escorrem do teu rosto e formam um pequeno rio, me vejo a navegar em uma embarcação, sem bussóla, perdido na ilusão do canto das sereias e nas ondas do amor.
Na nascente dos teus olhos existia a perpectiva de chegada, talvez em um lago de águas calmas , ou um mar bravio. Mas ao abrir as comportas do teu coração e ao secar da fonte, desfez-se a viagem de uma ilusão de amor eterno, e o viajante sem destino ficou perdido num espaço em que apenas tua imagem e só tua imagem estava presente... Mas tua imagem não era mar nem era rio, eu descobri que além de você existia inúmeras possibilidades, mesmo assim fiquei a deriva.
Perdido agora em terreno árido busco reencontrar a origens das águas,que agora eu navego, acho eu que são dos teus olhos, na minha ingenuidade, acho que em algum momento fluiram de ti sentimentos de não me perder.
Mas agora não busco a nascente original do meu amor.... Escalo montanhas , não busco rios e mares, e sim ares , espaços vazios onde cinzas ofuscam e vencem a gravidade e eu a imitar a furia dos vulcões, possa exercer a liberdade de amar sem as amarras da pequenez das covenções humanas.

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